Israel Shamir

The Fighting Optimist

Israel Shamir – um espelho em que seria útil nos reflectirmos

Por Denhga Khalidov,  membro correspondente da Academia dos problemas geopolíticos,  co-presidente da Congresso russo dos povos do Cáucaso

Israel Shamir é um dos pensadores e publicistas mais interessantes do Próximo Oriente. Junte-se a isto a honestidade intelectual, essa coragem civil, com a qual ele “leva a sua cruz” num ambiente hostil, e pode-se formar aproximadamente a correcta ideia deste homem verdadeiramente eminente. Foi bom que Islam.ru o tenha descoberto para os seus milhares de leitores. Já não é sem tempo.

Este homem sem medo não receia o ostracismo colectivo das liberais SMI, e corta a direito com a verdade nua e crua a respeito dos  seus conterrâneos,  seus alheios do campo sionista. Só há que nos admirarmos: como é que ele, ainda vivo e ileso, continua a sua missão sagrada? Na verdade, a actual “civilização liberal” ainda não o forçou?

Propriamente, o fenómeno Shamir mostra, que o cume das simpatias, do poderio e dos demais êxitos reais e passados desta gente  já se foi. Cada vez mais pessoas, apesar da  “caixa”, abrem os olhos e tiram as suas conclusões.  E também na Rússia.

A primeira vez que tive conhecimento dos trabalhos de I. Shamir foi em 2003 com o livro “Os  Senhores do Discurso. O diálogo Americano-Israelita”. Depois, com “A Maldição do Povo Eleito” (2006). Este foi um pequeno abalo. Completamente de outra fonte se revelou o antagonismo mais que semissecular entre dois povos parentes na Palestina; e o papel daqueles que definem a política e a estratégia dos EUA no mundo. E um ponto final nesta lista de tarefas de Shamir pôs a verdadeira enciclopédia de conhecimentos – o besteseller político “A Cabala do poder” (2007).

Juntos com obras clássicas como “A História do Sionismo” de Walter Laker (2000,  840 páginas), os trabalhos de Shamir permitiram obter  uma imagem mais do que nítida da grande tragédia para a qual (no próximo futuro) nos leva a política dos EUA e de “Israel”, e não só na região, mas também em todo o mundo. Até é possível fazer completamente prognósticos cientificamente baseados em relação a quando os falcões americanos (simbiose de neocons e sionistas) podem começar a guerra com o Irão e a Síria.

Actualmente, a insistência e o cinismo com que se provocam a Síria e o Irão, testemunham uma coisa: a finalidade dos ataques bélicos está precisamente definida, resta preparar a opinião pública mundial para uma grande guerra. E esta guerra está associada imediatamente com o destino de todo o “edifício” financeiro do Ocidente, construído sobre o dólar dos EUA.

Os activos virtuais (em dólares) (“ar e vento”, somas nas contas electrónicas em bancos off-shore, controladas pela oligarquia mundial), crescem tortuosas, fazendo lembrar  um bastão torcido. A soma atingiu centenas e mais de triliões de $US. Crescem do mesmo modo impetuosamente as dívidas estatais dos EUA, mas as manipulações do FRB com o refinanciamento da situação já há muito que não as salvam.

Como então salvar a situação e os seus activos de “ar e vento”? Eminentes intelectuais e políticos do Ocidente (Lyndon Larouche, Noam Chomsky, e outros) propõem reformular as regras do jogo, estabelecidas pelas finanças internacionais.  Mas os verdadeiros donos do mundo – alguns grandes clãs financeiros, constituindo o esqueleto da oligarquia internacional – estão alerta.

Eles não amontoaram recursos fantásticos para facilmente recuarem e desistirem do objectivo final. E o objectivo final –todo o mundo, todos os recursos e Nova Ordem Mundial. Quem tem a mão no pulso dos recursos petrolíferos e principais oleodutos, pode ditar condições a toda a humanidade.

Nomeadamente, por isso é necessária uma guerra permanente e o novo inimigo na pessoa do mundo islâmico, e também da Rússia, que são “culpados” pelo facto de terem sob o seu domínio metade dos recursos estratégicos. Nomeadamente, neste contexto é preciso observar o papel de Tel-Aviv no  próximo Oriente e as insensatas ideias dos hipersionistas, que sonham no “Grande Israel do Mediterrâneo até ao Tigre e Eufrates”. Não exagero. Pois bem, este aspecto na actividade dos “raivosos” locais e transoceânicos (em Israel e EUA), o descreve precisamente Israel Shamir.

Nem um só árabe, muçulmano ou cristão, nem um só “anti-semita” escreve como o faz Israel Shamir. É pena que também aqui (na Rússia) haja tantos apoiantes destes insensatos políticos, particularmente nos meios de comunicação, e, dum modo geral, nos “peritos”, assim chamados.

A propósito, numa das chegadas a Moscovo, o famoso Satanovski (director do Instituto do Oriente e Israel) na emissão “Julgai vós mesmos”  ameaçou-o de “arrancar do lugar… ”, se ele não cessasse a sua “propaganda”. Mas ele, Israel Shamir, apenas desmascarou Satanovski, que modificara as palavras do presidente do Irão, que teria dito, na mesma clave, que “era preciso limpar “Israel” da carta do mundo”.

Shamir não recordou a este activista do “Instituto”, que Ahmadinedjad falou não nisso, mas de outra coisa completamente diferente: que é preciso eliminar completamente um estado europeu; deve haver, sim, um estado para palestinos e hebreus.

Eis pois como Shamir descobre magistralmente toda a podridão desta gente, pelo que é valioso para todos aqueles que procuram a verdade.

Só neste contexto e na “união” — Próximo Oriente + Irão + separatismo no Cáucaso do Norte – torna-se claro em que mãos  está a guerra infinda na Rússia do Sul. Objectivamente o extremismo e separatismo no Cáucaso do Norte é favorável  aos inimigos do Islão e da Rússia.

Os pensamentos e ideias de Israel Shamir permitem olhar com novos olhos para o que se passa em todo o grande Cáucaso e também na Rússia. Resta-me desejar-lhe bom êxito criador, reconhecimentos genuínos, e, — nem seria necessário dizer –,   a ajuda de Deus quanto a saúde e segurança.

(traduzido do russo por LUSO)

 (Caro Shamir, estou completamente de acordo com o autor deste artigo. Tu és um grande homem e um verdadeiro lutador pela verdade. Quem sabe se o verdadeiro salvador da Palestina para árabes e hebreus, se isso ainda é possível? Os desejos que te manda o escritor também são meus. Parabéns e agradecimentos. Que Deus te abençoe! Joaquim)

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