I
A América prepara-se para uma guerra longa. A que chama ‘guerra contra o terrorismo’, mas este nome não tem outro sentido senão de ‘guerra contra o inimigo’. Noam Chomsky deu-lhe uma definição espirituosa: “terrorismo é o que eles nos fazem a nós”. Contudo, no decurso dessa guerra, milhares dos nossos irmãos por Adão e Eva serão metralhados, bombardeados com napalm e com ogivas nucleares. Rapazes e raparigas, bébés por nascer e velhos serão levados ao altar da Vingança e chacinados ritualmente.
O Presidente Bush chamou a esta empresa ‘cruzada’. Este título evoca na nossa memória os obstinados cavaleiros de Aquitânia e os pios guerreiros francos que levaram a Cruz, e, com o nome de Nossa Senhora nos lábios, se aventuraram numa longa e dura peregrinação. Mas a realidade era pior. A Cruzada foi uma jihad ocidental, que provocou muito derramamento de sangue. Os cruzados eram selvagens indisciplinados, que saquearam a mais bela cidade cristã na terra, Constantinopla, e ensoparam de sangue o chão sagrado de Jerusalém. Um cronista cruzado, Radulf de Caen, escreveu a respeito dos seus camaradas de armas: na cidade síria de Maarra, ‘empalaram bebés em espetos, grelharam-nos e comeram-nos’. Era gente muito rude, e, contudo, eu gostaria de poupar os nomes destes assassinos e canibais de serem comparados com a cruzada de Bush. Eles procuravam a glória, não a vingança, que é um sentimento profundamente não-Cristão, mesmo anti-Cristão.
A própria essência do Evangelho é a rejeição da vingança. Essa era a grande diferença entre a Igreja e a Sinagoga, as duas irmãs nascidas há dois mil anos. Esta diferença essencial é a característica inerente do cisma existente entre as duas fés: enquanto os cristãos são chamados para rezar, os judeus sonham com a vingança.
II
O velho Judaísmo bíblico, a fé-mãe de Judeus e Cristãos, continha duas interpretações diferentes de ‘Messias’. Ambas podem ser encontradas no Velho Testamento. No cisma entre Cristãos e Judeus, cada nova fé escolheu e fez predominante uma destas interpretações. Para os Cristãos, Cristo veio salvar, enquanto para os Judeus, o Messias veio para fazer vingança. Isto é explicado pelo brilhante académico israelita, o Prof. Israel Jacob Yuval da Universidade Hebraica, no seu novo livro Duas Nações no teu Seio. A ‘Salvação Vingativa’, como Yuval lhe chama, foi criada pelos judeus ahskenazi com base nas velhas fontes farisaicas e tornou-se a doutrina predominante da Sinagoga.
Quando o Dr. Israel publicou o seu perspicaz livro sobre a teologia da vingança no Judaísmo, ele foi aceite com grande entusiasmo pelos seus colegas israelitas, mas os académicos judeus americanos odiaram-no. O Dr. Ezra Fleischer escreveu uma crítica veemente, concluindo com as palavras: ‘teria sido melhor que esse livro não fosse escrito, mas como está publicado, deve ser condenado ao esquecimento’. [Foi publicado em tradução inglesa somente agora, em Junho de 2006].
O Prof. Yuval cita muitos textos judaicos antigos em apoio da sua tese. “No Fim dos Dias (quando o Messias vier) Deus matará e exterminará todas as nações, excepto a Israelita, segundo o Sefer Nitzahon Yashan, escrito por um judeu alemão do século XIII. Um poeta litúrgico Klonimus b. Judah teve uma visão de “Deus com as mãos cheias de cadáveres de Goyim”.
Ainda mais terríveis sonhos de sangue e destruição precederam os primeiros ataques aos judeus no fim do século XI. Cem anos antes da investida dos Cruzados contra os judeus, R. Simon b. Ytzhak pedia a Deus que pegasse na sua espada e chacinasse os Goyim”. Afim de apressar a sua destruição, os Sábios judeus da Europa adoptaram novas pragas horríveis contra os Cristãos e contra Cristo, e introduziram-nas na liturgia da Páscoa Judaica e no Yom Kippur e até na oração diária, a acrescentar às pragas aí existentes desde o século XII.
O Messias da Vingança tem na verdade um nome diferente na teologia cristã. É o Anti-Cristo. Os teólogos cristãos tentaram investigar as qualidades desta figura apocalíptica. S. João de Damasco profetizou que o Anticristo viria aos Judeus e pelos Judeus, contra Cristo e os Cristãos. (S. João Damasceno era amigo do Islão e interpretava o dogma muçulmano do eterno Corão como uma forma do cristão ensinamento do Verbo). Os Pais da Igreja consideravam o levantamento do Anticristo como o levantamento e temporário triunfo do Judaísmo. No século X, Santo André Bizantino profetizou que o Reino de Israel seria restaurado e que seria o trampolim do Anticristo. Assim, os teólogos judeus e cristãos concordam em que os seus Messias se opõem mutuamente como tese e antítese, ou como Cristo e Anticristo.
Esta proximidade de Israel do Apocalipse é sentida por milhões de devotos cristãos nos Estados Unidos. Ensinaram-lhes que o surgimento do Anticristo é a fase que precede a Segunda Vinda. Mas, sendo enganados pelos seus Pastores, eles chegaram a uma conclusão paradoxal e entendem colocar-se ao lado do Anticristo. Esquecem-se das palavras: “o Filho do Homem irá até onde foi ordenado que fosse, mas ai daquele que se ponha ao lado do Anticristo.
Os Judeus não são um Anticristo. Mas a ideia do Messias Vingativo é muito perigosa, e devia ser combatida… Isso poderia ser feito com as ferramentas do Velho ou do Novo Testamento, ou com os conceitos gerais do humanismo. De outro modo, esta ideia envenenará o discurso.
III
Seria um erro atribuir o espírito de revindicta dos EUA à Judiaria americana. A América é especial para os seus Judeus, e os Gentios são discursivamente ‘Judeo-cristãos’, ou, mais precisamente, ‘Judeo-americanos’, pois os seus costumes pouco têm do espírito de Cristo. Como Karl Marx o disse, ‘a dominação prática do espírito judaico sobre o mundo cristão conseguiu na América do Norte a sua mais clara e completa expressão’.
Muitas figuras públicas americanas, judeus e não-judeus, clamam por vingança:
“Há apenas uma maneira de tratar com povos como este, e é que se terá que matar alguns deles, mesmo que não estejam imediata e directamente envolvidos com esta coisa” (CNN, 11/9/01), disse o ex-Secretário de Estado, Lawrence Eagleburger, que preside à organização judaica de reclamações à Alemanha (a $300.000 por ano).
A resposta a este inimaginável Pearl Harbor do século XXI devia ser tão simples quanto rápida — matar os f. da p., com um tiro entre os olhos ou explodindo-os em bocadinhos ou envenenando-os, se fosse necessário. Quanto às cidades e países que albergam estes vermes, bombardeiem-nos até ficarem rasos.
Disse Steve Donleavy no New York Post (12/9/01). No Washington Post, Rich Lowry propôs:
“Se arrasarmos parte de Damasco ou Teherão ou o que for preciso, essa é parte da solução”(W.P., 13/9/01).
A melhor citação é de Ann Coulter, a escritora preferida da World Jewish Review:
“Não há tempo para encontrar os indivíduos exactos envolvidos directamente neste especial ataque terrorista… Devemos invadir-lhes os países, matar os seus governantes e convertê-los ao Cristianismo (!?). Não fomos picuinhas a respeito de localizar e punir Hitler e os seus ministros. Bombardeámos em tapete as cidades alemãs; matámos civis. É a guerra. E esta é guerra também”.
Depois de ter escrito estas palavras, ela foi justamente despedida do seu jornal e pouco depois empregada na neo-conservadora revista judaica Commentary.
O espírito vingativo da imprensa americana é uma aberração no discurso ocidental. Se se filtrar a literatura dos países cristãos e muçulmanos, descobrir-se-á que o tema da vingança raramente aparece. Nicolai Gogol escreveu um conto gótico chamado “A Terrível Vingança”, Prosper Mérimée escreveu uma pequena novela, “Colomba”, a respeito duma vendetta corsa. C’est tout.
Os britânicos sempre consideraram a vingança uma tendência pouco inglesa, certamente nãocricket [not fair, não leal]. ‘Vingativo’ é uma palavra negativa em qualquer cultura cristã ou muçulmana. A cultura judaica, contudo, está saturada com a ideia de vingança, que vem directamente do Antigo Testamento, sem o filtro redentor do Novo Testamento ou do Corão.
Nós Judeus sabemos isso melhor que ninguém. Um brilhante jornalista americano judeu, John Sack, notou no seu Olho por um Olho, um livro enregelante a respeito de vingança perpetrada por judeus sobre os civis alemães após a IIGM. Este livro fala-nos de torturas, envenenamentos em massa e outros horrores. Não é provável que se possa adquirir este livro, pois a judiaria conseguiu suprimi-lo e conservá-lo fora das livrarias.
Não é surpresa que Israel tenha fomentado a vingança na sua vida diária. Os seus ataques aos Palestinos foram chamados peulot tagmul, as acções de vingança. Uma destas acções foi perpetrada pelo (mais tarde primeiro ministro) Ariel Sharon em 14 de Outubro de 1953, quando ele e os seus soldados assassinaram uns sessenta camponeses, mulheres e crianças, na aldeia de Qibya. A invasão do Líbano em 1982, com os seus 20.000 assassinados, Libaneses e Palestinos, Cristãos e Muçulmanos, foi um acto de vingança pela tentativa de assassínio do embaixador israelita em Londres. Durante a última Intifada, cada acto do terror israelita era chamado ‘retribuição’ ou ‘retaliação’ pelos israelitas e pelos media possuídos pelos judeus americanos.
A enfatuação judaica pela vingança sobreviveu à perigosa travessia do Atlântico. Os judeus americanos criaram Hollywood, e Hollywood fez da vingança o seu assunto preferido. Numa recente re-filmagem de Os Três Mosqueteiros, d’Artagnan é motivado pelo espírito de vingança, embora tal motivo mal se sinta no livro ou em filme francês. Na verdade, é o mau da fita, Mordred, filho da Lady Winter, que alimenta sonhos de vingança. Mas para o novo filme americano, produzido por um judeu americano, a vingança é um sentimento legítimo. De certo modo, o cinema americano foi uma expressão do subconsciente colectivo judaico, e foi o factor principal na criação da psique americana. De Hollywood, o espírito de vingança voou sobre a terra e certamente ajudou a criar o mundo em que habitamos.
Por outras palavras, não havia necessidade de uma conspiração judaica. Um neto do rabi de Trier[Alemanha, Renânia-Palatinado], que cresceu na Igreja, Karl Marx, fez notar em 1840 (!) que a América (com ou mesmo sem um judeu étnico) se tinha tornado um estado com um espírito “judeu”, e tinha abraçado a ideologia “judaica” da ganância e da alienação. Um discípulo de Marx, Werner Sombart, chegou a uma conclusão semelhante a respeito do espírito judaico da América, embora, na sua opinião, a América cresceu com judeus e foi formada por judeus desde os seus primeiros passos. A América imatura não podia resistir ao impacto da mentalidade judaica, e tornou-se um estado judaico, a irmã maior de Israel.
Isto explica os êxitos dos judeus americanos: é simplesmente natural que num estado ‘judeu’, os verdadeiros judeus tenham maiores êxitos. Esta rápida subida à glória e à riqueza não devia ser causa de vertigens e auto-adulação – pelo contrário. De acordo com o raciocínio do grande filósofo americano, Immanuel Wallerstein, eu digo: O sucesso material nos nossos dias é sinal de insucesso moral. O ‘sucesso’ e a riqueza não são um sinal da benevolência de Deus. Pelo menos, não do Deus que abençoou os pobres. Um homem que tem êxito num bando de ladrões falha aos olhos de Deus. O nosso mundo com os seus milhões de esfomeados e uma minoria super-próspera é imoral e anti-cristã, tão anti-cristã como a ‘cruzada’ judeo-americana.
Esta explicação permite-nos responder à questão posta anteriormente: a América apoia Israel por causa do seu lobby judaico, ou por causa dos ‘verdadeiros interesses’ das corporações americanas? A putativa resposta é esta: o lobby judaico é um corpo supérfluo da direita israelita, enquanto a América como um todo é o maior estado ‘judaico’ com interesses fora do Médio Oriente também.
Esta suposição explica muitas questões. Explica os incríveis 99% dos votos em apoio de Israel. Explica os museus do Holocausto, os estudos do Holocausto e os filmes do Holocausto. Explica a posição central dos Judeus na vida americana, assim como a América vê os acontecimentos mundiais na perspectiva tradicional judaica: “serão bons para os Judeus?”
Explica o abandono dos US [à conferência sobre o racismo, em 2001] em Durban.,G.W. Bush não se importou com a querela com a Europa e o Japão e renegou o tratado de Kyoto. Não se importou nada que a Rússia e a China se aborrecessem na sua unilateral decisão de abandonar o Tratado sobre as Armas Estratégicas. Pois aqui ele ouviu a voz do dono. A altiva rejeição da África e da Ásia, a insultuosa demissão da comunidade Afro-Americana, a rejeição da grande luta contra o racismo foram provas adicionais de que os US se tinham tornado um estado irmão de Israel.
Recentemente, o Presidente Vladimir Putin tentou justificar o seu ataque aos tchetchenos num entrevista com a Newsweek (2.7.01). Disse que os líderes da Tchétchnia “tinham clamado a exterminação dos judeus”, relegando as críticas da sua guerra para as fileiras dos anti-semitas. Ora, a Tchétchnia não tem judeus, e a opinião dos líderes tchetchenos é irrelevante, se ‘anti-semitismo’ quiser preservar o seu significado original de ‘racismo ou preconceito anti-judaico’. Nesta forma ele não existe em parte alguma, como argumentámos algures [“The Third Dove” = “A Terceira Pomba”, ver www-israelshamir.net], mas a palavra tem agora um novo sentido. Ela tornou-se o equivalente a ‘anti-americanismo’ dos dias de McCarthy, ou de ‘anti-soviético’ dos tempos da União Soviética de Brejnev.
Os americanos ficam tensos e gritam sempre que sentem que a sua lealdade aos Judeus é questionada. Quem quer que rejeite este novo paradigma americano, na América ou em qualquer outra parte, é um anti-semita por definição. É por isso que boas pessoas de origem judaica, — seja Noam Chomsky ou Woody Allen, S. Paulo ou Karl Marx – são chamados anti-semitas. Eles são habitualmente rejeitados pela comunidade judaica, mas os seus nomes são usados para defender a estrutura que atacaram.
Uma ofensa à comunidade judaica não é considerada uma forma de racismo, pois o racismo comum é tolerado com grande facilidade, especialmente se for dirigido contra os Árabes (novos inimigos dos Judeus) ou os Pretos (velhos inimigos dos Judeus). Ela é tratada como um crime de lesa majestade; nos anos da ascendência judaica na União Soviética (1917-1937), as pessoas eram fuziladas por causa dum remoque anti-judeu. Manfred Stricker de Estrasburgo fez campanha para dar o nome do Dr. Schweitzer à universidade local, enquanto a comunidade judaica preferia o nome dum académico judeu com pouca ligação à cidade. Como resultado, Manfred Stricker foi condenado a seis meses de prisão. Alexander Chancellor escreveu no Guardian (sob um prometedor título “Não é Preto e Branco”) a respeito do direitista holandês assassinado: sim, ele era inimigo do Islão, mas era bom para os Judeus, e portanto não era mau sujeito.
Falando a estudantes em Harvard, Emory e outras universidades da Liga da Hera, reparei que eles não conheciam o nome “Arnold Toynbee”. O maior filósofo britânico de história do século XX cometeu um erro: falou da tragédia dos Palestinos. Também citou a escravatura africana como uma tragédia a para do holocausto judaico. Como resultado, foi apagado e desapareceu da consciência americana. É quase impossível encontrar não-ficção de G. K. Chesterton nas livrarias americanas ou inglesas. Este brilhante ensaísta está relegado para as quase não existentes ‘secções cristãs’ das livrarias, e as suas raras reedições estão sanduichadas entre Maus Papas e Rabi Jesus.
Esta influência no discurso público explica a obediência dos intelectuais americanos (e europeus). No estado judeo-americano, os Judeus formam a sua ‘Igreja’, o seu estabelecimento ideológico. Para um intelectual, é melhor ser chamado pedófilo que anti-semita.
IV
Embora os Estados Unidos se tenham convertido num estado judeo-cristão, a questão de Quem Governa Quem no ménage à trois de Judeus, Israel e os US, não é simples. As três dramatis personae formam um triângulo tão misterioso como o da Bermuda e certamente não menos perigoso. Há meio ano, algumas fontes duvidosas relataram que Sharon dissera numa reunião do seu gabinete: ‘Não se ralem a respeito dos Estados Unidos, eles estão sob o nosso controlo’. Estas palavras foram negadas, mas à medida que o levantamento na Palestina rapidamente desliza para uma campanha de extermínio do tipo da de Josué, ao mesmo tempo que os US ‘apoiam a guerra contra o terrorismo’, as dúvidas crescem.
A própria existência de uma entidade colectiva conhecida como “O Povo Judaico” (ou a Judiaria, ou os Judeus) é negada com frequência. Há uns duzentos anos a Judiaria existia tão sem ambiguidade como a Igreja em França. Os nossos antepassados eram membros deste estado extra-territorial, uma ordem autoritária semi-criminosa, dirigida por ricos e rabis. A sua chefia, chamada Kahal (Comunidade, em hebraico) tomava importantes decisões, e os judeus comuns seguiam as suas instruções. A chefia podia dispor da vida e da propriedade dos judeus, tal e qual como um senhor feudal. Não havia liberdade de opinião dentro dos muros do gueto. Um judeu rebelde podia ser punido com a pena capital. Veio a Emancipação, e o poder da Kahal quebrou-se por dentro e por fora. Os Judeus ficaram livres e tornaram-se cidadãos nos seus respectivos países.
Hoje em dia, emergiu uma nova geração de judeus que não conhece Josué. Anos de apologética lavagem ao cérebro fê-los esquecer por que razão os nossos avós queriam romper os muros de ferro da comunidade judaica. A noção de Judiaria tornou-se uma questão discutível. Somos nós os descendentes de judeus, cidadãos dos nossos países, ou somos cidadãos do Povo Judaico? Existe a ‘Judiaria’, do mesmo modo que existe qualquer estado, ou trata-se apenas dum modo de dizer?
Eis um paradoxo: Os líderes judaicos querem que a Judiaria seja uma espécie de jacto Stealth, ora se vê, ora não se vê. Aí está, ou para abusivo ataque ou para excessivo criticismo. E dizem: ‘Isso é o que Hitler disse’ ou ‘Isso foi inventado pelos inventores dessa falsidade, os Protocolos dos Sábios de Sião’, e esquecem-se de dizer que também está escrito na Declaração de Independência de Israel. Israel é de facto descrito como ‘o Estado do Povo Judaico’, e é por isso que atrai atenção e a influência desproporcionadas como a visível (e territorialmente limitada) parte da Judiaria. É por isso que um lugar de embaixador em Tel Aviv é considerado entre os mais altos e mais desejáveis para um diplomata de carreira. O conceito de ‘Povo Judaico’ recebeu um reconhecimento singular na lei internacional, quando o Povo Judaico foi declarado em 1950 e em 1991 pela Alemanha moderna como o herdeiro residual dos judeus que não deixaram testamento. A Lei Criminal Judaica permite que o estado de Israel julgue e persiga qualquer pessoa no mundo que agiu contra a pessoa, saúde, vida, propriedade e dignidade de um judeu, mesmo que esses judeu não tenha quaisquer ligações com o estado de Israel.
Nós, filhos de pais judeus emancipados, estamos tão surpreendidos como qualquer pessoa. Nada nos preparou para a miraculosa recuperação da Judiaria. Há bem pouco, estava no seu caminho de saída, e na verdade, proclamada morta; e tínhamos chegado a nos considerar homens livres. Durante a nossa vida, as coisas mudaram drasticamente, e agora somos convidados a declarar lealdade a este corpo, senão podemos sofrer ostracismo e humilhação, provavelmente a perda dos nossos meios de vida, ou pior. A Judiaria (por favor não confundam este termo com os milhões de descendentes dos judeus medievais) recuperou o seu lugar na política mundial, e apoderou-se da mente da única superpotência, os EUA.
Isaac Deutscher, um marxista judeu e um biógrafo de Trotsky, foi um dos primeiros judeus a notar este fenómeno. Ele propôs-se, no seu ensaio Que é um Judeu? (publicado no Jewish Quarterly, Londres 1966), a distinguir entre ‘Judeus’ e ‘Judiaria’. Enquanto os ‘judeus’ são indivíduos de opiniões variadas e várias maneiras de viver, a ‘Judiaria’ é um corpo quase nacional com as suas chefias e agenda. Na sua opinião, a Judiaria estava em vias de desaparecer, mas das cinzas da IIGM “ a Fénix da Judiaria ressuscitou”. Eu preferiria que os Judeus sobrevivessem e que a Judiaria perecesse”, escreveu ele, mas “o extermínio de judeus deu um novo recomeço de vida à Judiaria”.
A auto-nomeada liderança da revivida Judiaria atingiu o pináculo do poder em estreita ligação com os super-ricos adoradores de Mamona. Estão intoxicados pela protecção e pela ausência de oposição. Apoiam o criminoso de guerra Sharon, mas consideram-no demasiado fraco. Apuparam Paul Wolfowitz, o americano judeu super-falcão. Todo o político israelita sabe e toma atenção: há judeus poderosos na América e por toda a parte que querem uma guerra interminável na Palestina. Entendem que a salvação trazida pelos exércitos da Rússia e da América na IIGM foi a sua vitória pessoal sobre os Gentios, o sinal de uma nova era da supremacia da Judiaria em todo o mundo, prometida pelo Talmude e pela Cabala.
Isaac Deutscher atribuiu as mudanças em Israel à sua influência:
“Um rico judeu americano, um ‘um homem de negócios mundial’ entre os seus sócios gentios e amigos em Nova Iorque, é de coração orgulhoso por ser membro do Povo Eleito, e em Israel exerce a sua influência a favor do obscurantismo e da reacção religiosa. Mantém vivo o espírito de exclusividade e superioridade racial-talmúdicas. Alimenta e inflama o antagonismo contra os Árabes”. (The Israeli-Arab War, Junho 1967, New Left Review, 23.6.67)
Seria estranho se este ‘rico judeu’ influenciasse apenas o distante Israel. A sua influência é ainda maior no seu país, nos EUA, onde ele promove a mesma ideia de “exclusividade e superioridade racial-talmúdica”, em completa harmonia com o espírito ‘judaico’ da América.
Estes ricos não precisam da terra palestina. Não vão emigrar para Israel, nem trabalhar nos vinhedos. Usam Israel e seu povo como a sua ferramenta dispensável no jogo mundial. Interpretam a compaixão dos Gentios como sinal de fraqueza. Interpretam a sua amabilidade como submissão. Tal como um gato com um rato, eles brincam com a Igreja da Natividade para ver quando é que a Cristandade está finalmente morta, se ela deixar de reagir. Ao mesmo tempo eles ameaçam as Mesquitas de Jerusalém e apontam os mísseis de cruzeiro americanos sobre Baghdad. Em vez de Cristianismo e Judaísmo, eles introduzem uma nova fé: suplantam a Crucifixão pelo Holocausto, e a Ressurreição pela criação do Estado de Israel. Para eles, o controlo judaico sobre os lugares sagrados do Cristianismo e do Islão é uma prova visual do seu domínio. A sua destruição seria um sinal de vitória total. De certo modo, eles têm razão: uma sociedade sem valores sacros está condenada à extinção.
Muitos judeus e descendentes de judeus sentem-se ameaçados pelo conceito de Judiaria. Usualmente objectam às ‘generalizações’, às ‘acusações de um povo inteiro’ ou Ao ‘belicismo’. A princípio fiquei surpreendido com as suas respostas. Depois, pensei que o seu raciocínio era tão bom que podia ser usado por outros também. É pena desperdiçar um coisa boa. Por exemplo:
-Como te atreves a dizer que os Americanos bombardearam Hiroshima com a bomba atómica? Eu sou americano e não bombardeei Hiroshima com a bomba atómica.
-Tu dizes: ‘os Ingleses dominaram a Índia’. Tolice! Eu conheço centenas de pobres trabalhadores ingleses que não dominaram a Índia.
-Tu clamas pela libertação da Argélia. Isso é anti-galicismo! A verdadeira diferença não está entre os Franceses e os nativos Argelinos, mas entre o povo culto e os fanáticos muçulmanos.
-A política imperialista da Rússia? Isso é um remoque racista para provocar o ódio dos Russos.
Provavelmente, admitireis que isto ressoa a tolice. As políticas são feitas pelas elites, realizadas pela maioria mais ou menos de acordo, e os que ficam de fora sofrem as consequências. A Judiaria não é diferente de qualquer outro estado ou corporação transnacional. A chefia judaica tem políticas, e é capaz de as mudar. Naturalmente, os judeus comuns podem submeter-se-lhes ou rejeitá-las.
VI
Isto não é muito semelhante a informação secreta, mas não deve ser dito em voz alta. O “establishment” judaico pode dizer a Bush que diga ‘tio’ e ele o fará. Este é um segredo de Polichinelo, como dizem os franceses. O resto do mundo, desde o Extremo Oriente à Europa do Norte, conhece-o perfeitamente bem, e de tempos a tempos um descuidado primeiro ministro ou orador de um parlamento palra a respeito dele. O Congresso dos US levanta-se sempre nessa ocasião e envia o seu forte protesto contra o palrador ofensivo, tal com um marido galado, que nunca admite o seu medo pela mulher zangada em frente dos seus compinchas.
Pode-se dizer que os US são dominados pelos Africanos, Wasps, Pedreiros Livres ou pelos Extra-Terrenos Cinzentos, e ninguém faz caso. Pode-se dizer que o país é regulado pelas Corporações, a Standard Oil e a Boeing, e ninguém objectará. Mas tente alguém dizer que “os judeus dominam a América” e esse alguém se encontrará num sarilho sério. Ora, qual é de facto a real posição dos Judeus nos US?
Ela pode ser descrita de muitas maneiras. Eles representam a Igreja (isto é, um corpo ideológico) da nova fé judeo-americana. Eles são a casta bramânica da América. Podem mesmo ser chamados uma muito predominante, se não ética, minoria governante. Este pendor dos acontecimentos é estranho mas não único. Até época recente, a Inglaterra era governada por uma pequena casta de formados de Eton, tão exclusivistas como qualquer judeu; chegavam até a casar-se dentro do próprio grupo.
É por isso que Powell e Bush não podem dar nem dão ordens a Sharon. Eles têm alguma liberdade de decisão desde que o Povo Judaico tenha duas opiniões – antes que esta entidade única tenha decidido o que quer. Ora, aparentemente, os Judeus (em oposição a judeus) estão unidos por um querer comum, um propósito e um sentimento de poder. A intoxicação pelo poder e unidade fez com que este povo cauteloso tirasse a máscara, e deixasse de fingir. Esta nova abertura fornece-nos uma visão sem precedentes do íntimo da alma dos Judeus e dos seus apoiantes mamónicos.
Uma voz autêntica, Ron Grossman, do Chicago Tribune, escreve: “Como auto-proclamado humanista, eu devia encolher-me de horror com o pensamento dos tanques ribombando através duma cidade, qualquer cidade. A minha cabeça devia pender de dor perante as imagens televisivas dos combates de rua (melhor, massacres) em Belém e Ramallah. Mas eis uma sugestão: Não nos preguem sermões. Esqueçam-se de apelarem para os nossos melhores egos”.
Sim, esqueçam-se de apelarem para os seus melhores egos, pois eles não têm nenhum. ‘Os melhores egos’ eram apenas um expediente, e agora os seus egos reais emergiram com todo o seu poder brutal.
VII
Transformemos este texto num guião cinematográfico e alternemos alguns instantâneos obtidos pela BBC no campo. Na Palestina, o chefe da UNRWA, Peter Hansen, disse: “Estamos a obter relatórios de terror puro. Helicópteros bombardeiam áreas residenciais civis; a metralha contínua dos tanques criou centenas de feridos; bulldozers arrasam casas de refugiados e o alimento e os remédios em breve se esgotarão”. Dezenas de cadáveres jazem nas ruas do campo dos refugiados de Jenin. A Igreja da Natividade está a arder, como em 614.
Entretanto, dezenas de milhares de judeus apareceram em Nova Iorque para manifestarem o seu apoio ao massacre israelita de palestinos. 150.000 manifestantes judeus vieram para as ruas de Paris expressarem a sua solidariedade com Israel. Agitando bandeiras de Israel e paramentados com as cores branca e azul da sua bandeira nacional (a tricolor é esquecida), os protestadores marcharam da Place de la République até à Place de la Bastille em Paris, cantando em francês e em hebraico, e empunhando cartazes onde se lia “Ontem Nova Iorque, hoje Jerusalém, amanhã Paris.”
Em Israel, “ninguém pode tão bem expressar as aspirações da maior parte dos israelitas como o primeiro ministro. Não é uma guerra feita por Sharon, o “ belicista”, é a guerra de todos nós”, escreve Gideon Levy, um homem de coração e consciência”. Será também muito difícil censurar Sharon pelas consequências da guerra, à luz do extenso apoio que lhe foi dado pela maioria dos israelitas. Perto de 30.000 homens foram mobilizados e eles apresentaram-se ao serviço como um só homem, tornando o movimento de oposição, com 21 opositores, actualmente na prisão, irrelevante. “Não perguntámos porquê, simplesmente viemos”, disseram os reservistas ao Primeiro Ministro, expressando o sindroma do “juntos” que caracteriza Israel em tais alturas. Dezenas de milhares de homens deixam as suas casas, pondo para trás a sua vida normal, e põem-se a matar e a deixar-se matar — e nem sequer perguntam porquê? É o comportamento do rebanho”, conclui Levy.
Levy está enganado: essa é a força real da Judiaria que provém da sua imensa coesão e altivo etnocentrismo. Por exemplo, um Mark Steyn (sic) escreve no National Post: “Todos os povos civilizados concordam em que é errado matar judeus”. (Não é ‘matar’ que é errado, pois então também seria errado matar palestinos. Só ‘matar judeus’ é que é errado. Isto baseia-se na leitura judaica dos Dez Mandamentos: ‘Tu não matarás um judeu’, em vez do mandamento cristão: ‘Tu não matarás’.
O Professor David D. Perlmutter escreve no LA Times (7/4/2002): “Eu sonho acordado – ao menos! Se em 1948, 1956, 1967 ou 1973 Israel tivesse agido um pouco à maneira do III Reich, agora os israelitas poderiam fazer compras, comer pizza, casar-se e celebrar os dias santos sem serem molestados. E sem dúvida os Judeus, não os xeiques, teriam esse petróleo do Golfo’. Tais sonhadores acordados deviam ser cuidadosamente retirados do sistema educativo por serem nazis inveterados. Mas não há que recear! O Judeo-Nazismo é uma ideologia vencedora nos US.
Espirituoso, se bem que pretensioso, Taki do semanário britânico Spectator contribuiu com a seguinte prova anedótica da nova veemências e franqueza judaicas: “No domingo de Páscoa, durante o almoço, a mulher mais rica de Israel, Irit Lando, irrompeu subitamente pela minha casa e começou a arengar com os meus amigos e família a propósito de Adam Shapiro”. Malgrado o facto de que ela é uma das melhores amigas da minha mulher, e ter sido convidada a passar pela nossa casa depois do almoço, fiquei extremamente aborrecido. Lembrei à Irit que a minha casa não era território ocupado por Israel; que era Páscoa; e, sabendo como sinto a respeito do sofrimento dos Palestinos, ela devia mudar de assunto. Ela assim fez, mas, em vez disso, foi à imprensa dar publicidade desse terrível traidor Adam Shapiro”.
Enquanto alguns touros tresmalhados se origem judaica, como Adam Shapiro, são cada vez mais marginalizados, os judeus ajuntam-se en masse para apoiarem Sharon e Israel. As autoridades US não têm outra escolha senão aceitarem o aviso. Os gentios americanos já há muito o tinham previsto: se se quiser fazer carreira na política ou nos media, ter-se-á de apoiar os judeus inteiramente. De outro modo, é-se lançado aos cães. Se um homem encontrou o seu caminho para os mais altos escalões do poder americano, então ele aprendeu os cordelinhos e sabe quais são os limites do seu poder.
VIII
Eric Alterman da Nação publicou uma lista dos pânditas que apoiam Israel premeditadamente e sem restrições. É uma leitura excitante:
[Segue-se uma longa lista de colunistas e comentadores e respectivos órgãos informativos. O tradutor dispensa-se de a incluir por a considerar fastidiosa. Quem estiver interessado em consultar esta lista poderá lê-la na versão inglesa deste artigo, no mesmo sítio israel.shamir.net]
“O que é talvez mais interessante é a longa lista dos não-judeus que apoiam Israel premeditadamente e sem restrições”, – escreveu o Professor Kevin McDonald da Universidade Estadual da Califórnia (em comunicação privada ao autor). “O apoio incondicional a Israel é o teste crítico de tornesol de aceitabilidade pelos maiores órgãos de imprensa nos US. Pânditas prospectivos “ganham os seus galões” mostrando a sua devoção por Israel (e presumidamente por outras questões judaicas). Parece difícil explicar a enorme inclinação para Israel na ausência de algum factor selectivo como resultado de atitudes individuais. E há a óbvia sugestão de que enquanto os judeus nesta listas devem ser vistos como actores étnicos, os não-judeus estão certamente a fazer um excelente movimento carreirista ao tomarem as posições que tomam. Este teste de tornesol para prospectivos fazedores de opinião é reforçado ainda mais pelo facto de Joe Sobran ter sido despedido do National Review, porque teve a temeridade de supor que a política externa dos US não devia ser ditada pelo que é melhor para Israel”.
Os carreiristas foram escolhidos pela sua habilidade de não fazerem caso dos interesses do povo americano. Um bom indicador da composição e comportamento da elite pode-se encontrá-lo nos números de admissão de alunos das universidades da Liga da Era [Ivy League – associação das oito universidades mais importantes e prestigiosas do nordeste dos EUA, entre as quais Harvard e Yale]. A porção das elites tradicionais dos US, os WASPs, decresceu de 85% para 35%, enquanto a participação dos judeus (2% da população) atingiu 40%. Por outras palavras, a probabilidade de um não-judeu encontrar um lugar entre a elite decresceu significativamente.
Assim, após muitos anos de um processo selectivo, as forças pró-judaicas subiram a posições de poder e influência nos EUA. Dito isto, a América ficou destinada a tornar-se um estado Neo-Judaico em virtude da sua ideologia. Anthony Judge escreveu; “Há um paralelo extraordinário entre a habitual percepção exclusivista da América como “ o próprio país de Deus” e Israel como dádiva de Deus ao “Povo Escolhido”. Por que razão estas percepções justificaram a invasão dos países de outros, a deslocação e morte das populações indígenas, o seu aprisionamento em ‘reservas’, e o desenvolvimento de um quadro estratégico para a expansão da “civilização ocidental” no espaço de outras culturas?”
Os Pais Peregrinos (Pilgrim Fathers), os fundadores da América, chamaram-se uma Nova Israel. Contudo, Satanás pregou uma cruel partida aos seus descendentes WASP (White Anglo-Saxon People). Prometeu fazer deles novos judeus, e cumpriu a promessa. Contudo, eles tornaram-se uma parte menor da aliança Judeo-Mamonita, destinada a jurar fidelidade cada dia que passa.
IX
Ainda, o Professor McDonald engana-se, simplificando demasiado as razões do apoio dos gentios aos judeus. Além de Bush e Ramsfield, além dos carreiristas, há bons não-judeus que apoiam os judeus, do mesmo modo que há judeus tresmalhados e ‘judeus não-judeus’, segundo a definição de Isaac Deutscher. Isto é devido à natureza contraditória das tendências centrifugas e centrípetas dentro da comunidade judaica. Pelas suas respostas individuais aos encontros com não-judeus, os judeus classificam-se em judeus da periferia e judeus do núcleo. Os judeus da periferia tentam deixar a comunidade, casando-se fora, adoptando o Cristianismo, o Comunismo ou outras fés, procurando a comunhão com Deus. Os judeus do núcleo proclamam a primazia da comunidade em permanente guerra contra os goyim. Nos milénios da velha guerra, o Cristianismo tenta desfazer o Núcleo, enquanto que a Judiaria tenta desfazer a Periferia.
É por isso que há duas espécies de ‘filo-semitas’. Uma delas, os bons gentios, procuram uma nova casa espiritual. Eles são influenciados pelos textos positivos da Bíblia, pelo ‘ama o teu próximo’. Eles gostam do espírito de comunidade, da pertença e da tradição que os judeus exalam. Eles gostam dum ligeiro toque de ‘exterioridade’ que atrai as naturezas poéticas. Há muitas pessoas que querem romper os cansativos laços estranguladores dos seus círculos imediatos. James Joyce, o escritor irlandês, via os judeus como uma saída do feudo sangrento dos britânicos. Marina Tsvetaeva, a poetisa russa, sentia-se uma estranha na suja estável família da classe média, e escreveu: ‘neste mundo muito cristão, todos os poetas são judeus’. As encantadoras personagens femininas das primeiras comédias de Woody Allen são atraídas por esse eterno estrangeiro, o judeu.
Não é coincidência que tais pessoas usualmente se encontram com judeus marginais na periferia exterior da comunidade judaica. O judeu de Joyce era o escritor italiano Italo Svevo, o judeu de Tsvetaeva era o espião comunista russo Sergey Ephron. O judeu de Diane Keaton e Mia Farrow era este divertido externo, Woody Allen. Como a periferia da comunidade judaica é bastante larga, há sempre mistura com os melhores gentios tresmalhados.
O segundo conjunto de aliados consiste em duros homens de negócios que apreciam o lado prático da ideologia judaica. Gostam da ideia da Multidão, da procura do dinheiro, do desrespeito pela moral e suas consequências sociais, e pela propriedade e a própria vida dos outros. Gente, que vê em todos os outros inimigos e a vida guerra eterna, nota que na ideologia judaica ninguém é o ‘próximo’. É por isso que os chefes, os príncipes e os reis mais cruéis eram aqueles que tomavam judeus para seus conselheiros e ministros. Com eles aprendiam a desprezar os seus súbditos. Tais indivíduos como Nero e Pedro o Cruel, Conrad Black e Margaret Thatcher, os Padrinhos da Máfia e os ditadores do 3º Mundo amavam os judeus do Núcleo (em oposição aos Judeus Periféricos).
Assim, as boas pessoas têm os seus judeus, e as más pessoas têm os seus judeus. Há um problema: os judeus das boas pessoas são estrangeiros, enquanto que os judeus das más pessoas são os poderosos líderes judaicos. E a fraternidade judaica é uma estrutura hierárquica, fortemente influenciada pela sua liderança autoritária. Involuntariamente, os bons judeus foram usados pelos maus judeus. Albert Einstein rejeitou a comunidade judaica, desaprovou o sionismo, nunca foi a uma sinagoga e era um homem encantador. Mas as suas atitudes foram usadas pelos maus judeus na promoção do seu próprio conceito.
Isso aconteceu porque demasiadas pessoas não se atrevem a compreender: os judeus não
são um povo, nem uma religião, nem uma raça. São uma organização quase religiosa; uma espécie de Igreja Católica misturada com o FMI, como o browser e o mailer [informática, motor de persquisa e enviador do correio] estão misturados no Windows. Podem encontrar-se todas as espécies de Católicos, mas as decisões são tomadas em Roma. Podem encontrar-se todas as espécies de judeus, mas as decisões são tomadas na Wall Street.
Lutando contra o Núcleo, é importante apoiar a Periferia. Era essa a tradicional atitude da Igreja Cristã: combater a Judiaria pela alma dos Judeus. Um zelote judeu, ‘Mad’ Goldhagen, pretendia nos seus livros que a Igreja era ‘anti-semita’ e as suas políticas levaram ao holocausto judeu. Nada podia ser mais falso: a Igreja desejava corrigir a mente, não matar o corpo. Na verdade, os verdadeiros interesses dos judeus e os judeus estão em completo desacordo.
As elites judaicas sabem que o povo deve ter a sua oportunidade, e eles tentam assegurar-se de que terá a oportunidade errada. E assim os judeus mamonitas apoiam os zelotes sionistas. Eles querem que nós judeus façamos a escolha entre dois males,. Os Zelotes e os Mamonitas. Mas existe também “a terceira filosofia”. Os seus adeptos acreditam na grande fraternidade da humanidade, e rejeitam tanto o ódio dos zelotes como o impulso dos Fariseus para o domínio mundial. Eles podem aderir a diferentes escolas políticas e religiosas, à esquerda ou à direita do mapa político, acreditar em Cristo ou em Allah, Lenine ou Chomsky, na Nova Idade ou Buda, na Arte ou no Amor. Eles são o remanescente do Israel proclamado por S. Paulo. Na sua imersão na humanidade as palavras de Cristo serão cumpridas: uma semente que morre, vive. Uma semente que vive, morre.
A história da Morte e Ressurreição tem este significado místico: não tenhais medo da morte e desaparecimento, pois esse é o modo da vida. Os judeus que morreram como judeus ficaram vivos. Depois que a cortina desceu sobre a comunidade judaica em Espanha, Santa Teresa de Ávila e S. João de Deus morreram como judeus e ficaram vivos para sempre. Os nomes dos exilados que foram para Amsterdão e Marrocos foram-se e estão esquecidos: permaneceram judeus enquanto vivos, depois morreram para sempre. Isto aconteceu de novo em 1917 na Rússia: os que ficaram judeus morreram para sempre; os que abraçaram a revolução vivem para sempre.
XIII
Um pouco antes do 11/9, um grupo de congressistas americanos visitou a Palestina, e um deles fez notícias. Era a congressista Shelley Berkeley (uma Democrata de Nevada), que disse ao ministro palestino Saeb Erakat: “Este é o nosso país; nós ganhámos a guerra. Se os Palestinos não gostarem de viver sob o governo judaico, eu não os impediria de saírem.”
Quem são os ‘nós’ da Hon. Shelley Berkeley? Ela certamente não quis dizer “nós Americanos”, ou “nós os Nevadenses”, que a mandaram para Washington. Nevada nunca fez uma guerra no Médio Oriente, tanto quanto eu sei. Alguma pessoa ingénua provavelmente responderia “Israel”, e até a acusaria de ”lealdade dúplice”. Críticos severos a censurariam de trair o seu eleitorado mudando a sua fidelidade para um país estrangeiro. Mas seria uma interpretação desonesta. Miss Berkeley nunca mudou de fidelidade. Juntamente com muitos membros do Congresso e do Senado, ela tem uma única fidelidade, que é à causa judaica.
Faz sentido Miss Berkeley. Se os Nevadenses e outros americanos não se importam de viver sob forte influência judaica, por que razão haveriam de importar-se os Palestinos? Os Americanos aparentemente não se importam que a sua riqueza seja gerida pelos grandes bancos de investimento, sob a umbrela do Federal Reserve do Sr. Greenspan. Jesus economiza, mas Moisés investe. A influência judaica não pára onde pára o buck (dólar). Os ideais dos Americanos são formados em Hollywood com o seu culto da ganância e do sucesso. Os seus pensamentos são fornecidos pelos pânditas judeus das universidades e media. A sua história encolheu-se para o estudos do Holocausto. Os seus livros são escritos por Bellow e Malamud. Os Americanos não se importam que a sua política esteja nas mãos de gente cuja única devoção é a causa judaica.
Se eles não se importam, por que razão me importo eu, judeu israelita, em vez de sentir orgulho por este grande feito dos meus irmãos judeus americanos? Afinal, não é feito pequeno a conquista da única super-potência sem disparar um só tiro. Isto não é uma questão de retórica, e tem uma resposta que não é “auto-ódio”. Eu sinto-me perfeitamente confortável comigo mesmo e com a maioria dos judeus que encontro. Isoladamente, nós somos simpáticos e amorosos. Bem, tão simpáticos como quaisquer outros. Mas juntos, formamos uma máquina social formidável e repulsiva, tendente à diabólica captura do poder e à ganância. Eu gosto dos “judeus” tanto quanto o grande americano Henry Thoreau gostava do Império Americano, como Voltaire gostava da sua Igreja Católica, como Orwell gostava do Partido de Estaline.
A Judiaria tornou-se adversária dos judeus em Israel: os israelitas que gostariam de viver em paz com os seus vizinhos palestinos, em paz com as igrejas e mesquitas, não podem opor-se ao rude músculo da liderança judia americana. Os bons israelitas e seus aliados palestinos não conseguem vencer, a não ser que este poder seja contido. Numa história nórdica, o herói-deus Thor veio a Utgard para provar o seu poder. Os deuses de Utgard desafiaram-no a beber de um corno. Ele tentou e não conseguiu: o corno estava em comunicação com uma fonte. Somente cortando esta comunicação, poderia ele vencer o desafio. Se vós, meus leitores de além-mar, bloquearem o mar do apoio judaico no estrangeiro, nós, Israelitas e Palestinos seremos capazes de alterar as coisas no solo. Os apoiantes do estado judaico no vosso meio devem ser contidos, para vosso e nosso bem.
X
Há alguns meses, as minhas viagens levaram-me à bacia do Amazonas, à selva peruana profundamente recortada pelo Rio de la Madre de Diós. Neste remoto lugar, pequenas linhas de água meandram durante quilómetros entre florestas infindáveis, navegáveis apenas por pequenas pirogas. Depois de uma longa navegação a partir de Puerto Maldonado, o meu guia nativo levou-me até ao Mundo Perdido de múltiplos papagaios de variadas cores e de simpáticos macacos que se empoleiravam no meu ombro. Num estreito carreiro, reparei numa árvore gigante. Era maior do que qualquer outra árvore da selva. As suas enormes raízes espalhavam-se por muitos metros. Era a árvore-telégrafo, disse-me o guia, e ele bateu no tronco da árvore monstruosa que ressoou com um som cavo através da selva. O gigante era oco.
Olhei para ela com atenção e notei uma coisa que me escapara: uns sete metros acima do solo, outro tronco, uma palmeira em parte digerida, saía da cortiça macia que a abraçava. A árvore-telégrafo era um monstruoso parasita, que crescia duma palmeira. O parasita não tinha tronco próprio, mas envolvia a árvore e crescia nela, eventualmente bloqueando-a e digerindo-lhe os sucos vitais. A árvore apodrecia dentro da sua casca, e o tronco oco subia a novas alturas, criando um perfeito tambor para os índios locais.
Era uma imagem viva dos Estados Unidos da América, este tronco enorme e oco, que se ergue acima da floresta das nações, mas morto por dentro. O Império Americano entrou no seu período de decadência. O dólar é ainda a moeda internacional, o exército americano ainda é a formidável máquina de guerra, o mercado accionista ainda funciona até aos triliões, mas o grande estado do Ocidente é uma nulidade espiritual. A vida política nos US entrou no crepúsculo reminiscente dos Reis Merovíngios. Para um estrangeiro, é difícil compreender que esta nação de 275 milhões não pudesse escolher melhores governantes do que os dois idiotas Bush e/ou Gore. Ambos parecem ser mentalmente fracos, com falta de conhecimentos básicos e totalmente desprovidos de vontade política. Provavelmente, uma cidade média poderia apresentar melhores homens que estes dois.
O declínio político geral é acompanhado por fraqueza mental. A América dos media de massas e da vida pública é tola. Não há livros novos importantes comparáveis aos da América anterior à guerra. A TV US é um insulto à inteligência humana. Os museus estão cheios de sucata ferrugenta e de videotapes que pretendem ser arte americana. A tomada do poder pelos judeo-mamonitas eliminou as forças vivas da América e desviou-a para o consumo.
XI
O espírito ‘judaico’ da América, denunciado por Marx, foi glorificado e exaltado por um jornalista judeu americano, Philip Weiss (NY Observer, 22/1/2001):
Ninguém pode falar alto a respeito do que todos sabem baixinho: os Judeus mudaram a América. O movimento dos direitos civis reflecte os valores de justiça judaicos. O feminismo é um reflexo dos valores matriarcais liberais judaicos. Os judeus cada vez mais poderosos nos media introduziram a idade da informação. Os judeus psicologicamente afinados e os judeus de Hollywood mudaram a linguagem da cultura popular – Seinfeld, Weistein. E a nova ênfase na realização educacional em toda a nossa sociedade reflecte o amor judeu pela aprendizagem. E ainda não falei em finanças ou lei… Estas tendências fizeram da América um lugar mais belo e mais criativo Os judeus promoveram a separação da igreja do estado. A enormemente diminuída influência da igreja nos costumes do público não aconteceu sem os judeus secularizados terem ganho poder cultural. E ninguém fala nisto. A mudança mais importante na cultura do regime dos últimos 25 anos, e ninguém fala nisto.
Esta presunçosa auto-adoração de Weiss pede alguma sobriedade. Estas mudanças podem ser vistas a uma luz menos ditosa. Os judeus mudaram a América durante os últimos 25-30 anos, diz Weiss. Estes foram os anos dourados dos judeus americanos, em que a sua parte de poder e influência cresceu. Mas estes anos foram bastante maus para os americanos não-Eleitos. Um semanário britânico, o Economist, ardente apoiante do neo-liberalismo, reportou recentemente (16/6/2001):
A fenda entre os pobres e os ricos está alargando-se. Na América, nos últimos vinte anos, o rendimento médio da quinta parte mais rica da população aumentou de 9 para 15 vezes o rendimento médio do quinto mais pobre. Em 1999, a desigualdade nos rendimentos atingiu o seu maior valor em 40 anos.
O crescimento da influência judaica foi acompanhada de divergência: os ricos tornaram-se mais ricos, os pobres mais pobres, e a classe média perdeu. Seria de esperar, pois tradicionalmente a prosperidade da comunidade judaica corre contra os interesses do povo comum. A Bíblia fornece-nos uma história arquetípica de Josué e seus irmãos, que prosperaram escravizando os egípcios comuns ao Faraó. A comunidade judaica manteve-se ao lado do rei contra o povo comum em Espanha no tempo de Don Pedro, o Cruel, e na Polónia e na Ucrânia do século XVII. Não era em vão que as vizinhanças judaicas eram localizadas perto dos palácios reais em qualquer parte da Europa.
Os ‘judeus cada vez mais poderosos dos media’ ocupavam-se na sua habitual maledicência: glorificando Israel, queixando-se do Holocausto judaico, apoiando cada caso porco desde o assassínio de massas no Iraque até ao bloqueio do desenvolvimento dos negros nos US. Com os judeus, Hollywood fez o cinema americano ainda mais violento, moralístico, repulsivo e bronco. Há um bom judeu no cinemas, Woody Allen, mas não está em Hollywood e sempre foi considerado anti-semita. Na lei, o advento dos judeus não fez da América uma sociedade mais justa, mas antes mais litigiosa. ‘Um advogado judaico’ veio para tornar-se o espantalho para assustar as criancinhas à noite. A ’separação da igreja da sociedade’ pode considerar-se a sua forçada descristianização e despiritualização.
XII
Os US tornaram-se um estado judaico em mais de uma maneira. Tem as mesmas inspecções de segurança, os mesmos museus do holocausto, a mesma pobreza para muitos e a mesma riqueza para alguns, como Israel. Esta semelhança é sentida do mesmo modo pelo seu amigo e inimigo, ao mesmo tempo. David Quinn (Blaming America, Irish Edition,Sunday Times) escreveu no Sunday Times que o sentimento da rejeição dos intelectuais irlandeses às políticas americanas é “tão forte, tão palpável, tão irracional (!?), que me fez lembrar nada mais que anti-semitismo”. Quinn continuou:
“Os Americanos são como os Judeus em terem-se tornado bodes expiatórios de eleição para metade do planeta. Os Judeus foram acusados de controlarem as finanças mundiais; também o são os Estados Unidos. Os Judeus foram acusados de promoverem a decadência pelo seu controlo da cultura e das artes. Também o são os Estados Unidos. Os Judeus foram acusados de darem ao seu poder um uso nefasto. Também o são os Estados Unidos”.
“Dados o poder e a riqueza da América, e a força do seu lobby judaico, no Médio Oriente foi extremamente simples misturar o anti-americanismo com o antiquíssimo anti-semitismo para produzir uma mistela verdadeiramente venenosa. Dezenas de milhões de pessoas embeberam-se desta mistura e estão agora cheios de um ódio pela América tão forte como o de muitos alemães na república de Weimar.
“Osama Bin Laden e seus seguidores seguiram o seu ódio até à sua conclusão lógica, precisamente como fez Hitler: se a América é culpada dos problemas mundiais, então ela e o seu povo devem ser erradicados”.
Este artigo é importante, pois mostra o subconsciente de um adepto do Judeo-Americanismo. Quinn apela aos judeus e neo-judeus: apoiar a América, pois a América é um estado judeu que carreia a política judaica e provoca a normal reacção anti-judaica. Quinn considera os Judeus e a América idênticos, e usa os muitos clichés da propaganda neo-nazi.
Um desses clichés é que a rejeição da política judaica/americana seja ‘irracional’, pois há um princípio de fé: “tu não tentarás compreender por que a tua política provoca rejeição”. Elie Wiesel, o profeta do holocaustismo, recita em todas as ocasiões: ‘totalmente irracional… nenhuma explicação… nenhuma razão, apenas ódio puro de toda a gente pelos judeus’, e o rabi Tony Bayfield repete-o com a usual veemência judaica (Guardian,15/9/2001):
”Eu fervo de raiva quando alguém se atreve a sugerir, de qualquer modo, que tais actos (ataque ao Pentágono, etc.) são até explicáveis, e até justificáveis.”
Sem conhecer o rabi Bayfield pessoalmente, atrevo-me a fazer uma hipótese. Se se lhe mencionarem Deir Yassin, ou o genocídio no Iraque, ele ferverá de raiva: Como se pode comparar! Ele achará estes assassínios em massa justificáveis, pelo menos explicáveis. Mas sempre que os judeus sofrem, isso não pode ser explicado nem compreendido, a não ser por meios místicos.
Quinn, como qualquer neo-judaico apologista, nega o inegável. Para ele, a América não controla as finanças mundiais, é acusada disso. Provavelmente, a América é somente acusada de ocupar uma grande parte da América do Norte. Na mente de Quinn, ela vive numa pobre casa, num pequeno schtetl. Não tenho qualquer ideia da origem de David Quinn, mas ninguém pode ser mais judeu do que ele.
Para Quinn, cada inimigo da supremacia judaica/dominação americana é um novo Hitler que quer matar todos os judeus/americanos. Nasser era um Hitler quando nacionalizou Suez, Arafat era um Hitler e Beirut o seu bunker. A Rússia Soviética era o mesmo que a Alemanha Nazi desde o momento em que Moscovo completou a sua parte em vencer Hitler. Osama Bin Laden, ou ‘dezenas de milhões de pessoas no Médio Oriente’ tornaram-se um novo Hitler. A ideia por trás desta comparação é que essas ‘dezenas de milhões’ de muçulmanos deviam ser tratadas como Hitler e os seus ‘muitos alemães na República de Weimar’.
O discurso judeo-americano herdou esta ideia de demonisação do seu predecessor judaico. A introdução de fúria, ódio e vingança numa discussão do adversário é uma tradicional arma ideológica judaica. Nunca se vira para dentro da comunidade, mas é usada fora dela. A demonisação e a fúria causam uma natural sordidez e uma parcialidade no discurso e eventualmente destroem a sociedade. O rabi Shmuel Boteach da Universidade de Oxford apresentou esta abordagem judaica na sua peça muito apropriadamente intitulada A Time to Hate(Um Tempo para Odiar) (http://www.arutzsheva.org).
A resposta apropriada aos brutos cobardes que perpetraram os horrorosos ataques contra a América é odiá-los com toda as fibras do nosso ser e purgarmo-nos de qualquer parcela de simpatia que procurasse compreender os seus motivos. O ódio é uma emoção válida… Contrariamente ao Cristianismo, que advoga apresentar a outra face à beligerância e a amar os maus, o Judaísmo obriga-nos a desprezar e a resistir aos maus a todo o custo. Para nós estender o perdão e a compaixão aos “pecadores” em nome da religião não só é insidioso como é um acto de troça a Deus, que tem piedade por todos, mas contudo pede justiça para os inocentes. A única resposta a Hitler é total desprezo e ódio violento. A única maneira de reagir ao mal incorrigível é fazer uma guerra incessante contra ele até que esteja completamente erradicado da terra. Mantenho que qualquer cultura que não odeie Hitler e a gente da sua laia é uma sociedade sem compaixão. Na verdade, mostrar amabilidade ao assassino é violar outra vez a vítima. Assim, no interesse da justiça, a resposta apropriada à pessoa malvada é odiá-la com todas as fibras do nosso ser e esperar que ela não tenha descanso, nem neste mundo nem no outro.
XIV
Na luta de ideias, existe uma formidável arma de destruição de massas: a demonisação do adversário. Teologicamente chama-se heresia maniqueísta. Não há melhor arma sistemática se se tenciona destruir a sociedade. Não devemos dividir os povos em Filhos da Luz e Filhos da Escuridão.
Os Judeus habitualmente são muito tolerantes das ideias produzidas dentro da comunidade. O fundador do Sionismo, Theodor Hertzl, era tudo menos um piedoso judeu. Os judeus religiosos não gostavam dele. Contudo, quando um rabi era solicitado a falar bem dele, encontrava sempre boas palavras: Theodore Hertzl nunca falava de coisas mundanas numa sinagoga, nunca entrava numa toilette se usasse filactérias, nunca estudava o Talmude na véspera de Natal. A verdade é que Hertzl nunca entrava numa sinagoga, nunca usou filactérias, nunca estudou o Talmude, ponto final. De igual modo, os judeus eram muito tolerantes com Leon Trotsky, o comunista, e com Yair Stern, o apoiante nazi, pois sabiam que toda a ideia tem os seus elementos positivos. Hoje em dia, o líder da oposição esquerdista Yossi Sarid era amigo do ministro judeo-nazi assassinado Zeevi e comoventemente elogiou-o.
Mas no mundo exterior, os Judeus usualmente oferecem a ideia dos eternamente abençoados contra os eternamente condenados, da raiva efervescente, da ira e da vingança. Afim de se restaurar o equilíbrio do espírito, esta tolerância interna judaica devia ser universalizada, e a externa intolerância rejeitada.
O pensamento judeo-americano continua a produzir intolerância para consumo externo. Ronald Reagan chamou à Rússia o “Império do Mal”. Bush chamou a Sadfdam Hussein “Hitler”. Barbara Amiel, mulher e luz guiadora do magnate dos media Lord Black, observou que agora Israel e os Judeus são apresentados como um Império do Mal.
Errado, Sr.a Amiel: não há Impérios do Mal, mas apenas aqueles que não são refreados.
A Rússia Soviética não era um Império do Mal, nem o era o Comunismo corporizado em Estaline e o Gulag. Sholokhov. Block, Pasternak, Esenin, Maiakovski e Deineka abraçaram a Revolução e exprimiram as suas ideias em arte. Foi uma terra da grande experiência, parcialmente bem sucedida, na igualdade e fraternidade do Homem, de uma valente tentativa de derrotar o espírito da Ganância. Os comunistas e seus apoiantes tentaram libertar o trabalho, trazer sobre a terra o Reino dos Céus, eliminar a pobreza e libertar o espírito humano. O Comunismo fez avançar a democracia social da Europa.
A Alemanha não era um Império do Mal, nem o era o espírito do tradicionalismo orgânico corporizado por Hitler e Auschwitz. Os Tradicionalistas tentaram estabelecer um paradigma alternativo baseado em Wagner, Nietzsche e Hegel, e ir até às raízes e tradições do povo. Não foi em vão que os melhores escritores e pensadores da Europa, desde Knut Hamsun até Louis Ferdinand Celine até Ezra Pound até William Butler até Heidegger viram um elemento positivo na abordagem orgânica tradicionalista. Se a Rússia e a Alemanha não tivessem sido diabolizadas, é bem possível que não as teríamos visto chegarem a tais extremos.
Temos de restaurar o equilíbrio de espírito e discurso perdido após a Segunda Guerra Mundial, devido à vitória demasiado completa do pensamento burguês ‘judeo-americano’. Condenando excessos e crimes de guerra, devemos recuperar o reino do espírito de Maiakovski a Pound. Não há homens malvados, fomos criados à imagem de Deus, e todas as ideias são necessárias para se produzir novo pensamento.
Os dois grandes protagonistas das décadas de 30 e 40 cometeram muitas atrocidades, mas quem estiver livre do pecado, lhes atire a primeira pedra. Após os massacres de Dresden e Hiroshima e de Deir Yassin e Jenin, não há muitos que aceitem o desafio. Eles deviam ser desdiabolizados, pois a sua diabolização cria um perigoso desequilíbrio de ideias.
Não devíamos também diabolizar os seus adversários. A América não é um Império do Mal. Ela pode e deve regressar ao seu bom senso. O espírito americano de empreendimento, inventividade, confiança em si, liberdade sem freios e democracia deve ser conservado como uma qualidade humana valiosa.
O Povo Judaico não é um Império do Mal. Bons organizadores e embaixadores, tenazes e devotos, facilmente motivados, excitáveis, pensadores de primeira classe e bravos soldados, viajantes ligeiros, compassivos e alegres; os Judeus são necessários para a prosperidade da humanidade.
Mas cada uma destas abordagens pode destruir o mundo se deixada sem controlo.
Os Sovietes mataram e exilaram milhões no seu impulso para a demolição da Velha Ordem. Arruinaram velhas igrejas, desenraizaram camponeses e apoiaram a uniformidade tanto quanto os seus antagonistas americanos. Os Nazis deflagraram a guerra mais terrível no mundo e mataram milhões de eslavos e judeus. Agora, as forças judeo-americanas saíram das suas charneiras pelo sucesso das suas vitórias de 1945 e 1991. Eles entendem-nas como licença para levar o mundo à perdição. O seu programa de globalização eliminaria toda a beleza e qualidade específica do mundo, mataria o espírito, minaria a arte, desfaria as conquistas sociais, dividiria a humanidade em Donos e Escravos. Onde quer que vão, velhos cafés e restaurantes desaparecem e tomam o seu lugar Starbucks e McDonalds. Os trabalhadores perdem os seus lugares de trabalho, os museus ficam cheios de lixo, a arte é substituída pela TV. Contudo, eles devem ser contidos, não destruídos.
Habitualmente, discutimos a guerra como conflito de interesses de estado. Mas a infindável Segunda Guerra Mundial foi também guerra de ideias. Foi um erro e desnecessária, pois as ideias devem coexistir em interacção permanente, como Yin e Yang, ou as forças feminina e masculina. A ideia judeo-americana emasculará o mundo, se for deixada sem controlo. Esta emasculação é fortemente sentida nos Estados Unidos, onde os homens já não se atrevem a ser homens. Eles podem ser processados se olharem para uma rapariga, e processados se não olharem para uma rapariga. Em Beowulf, o grande poema épico anglo-saxónico, uma rainha cruel mata todo o homem que se atreva a olhar para ela. Mal sabiam que o espírito da rainha cruel dominaria supremo no mundo.
A ideia judeo-americana tem uma ligação forte com a vida biológica, mas rejeita o espírito. Não é por nada que nenhumas grandes peças de arte, nenhumas novas grandes ideias tenham aparecido sob o seu domínio. Por outro lado, as tendências puramente masculinas dos seus opositores eram também perigosas para a sobrevivência da raça humana.
Os três adversários do último século tiveram uma característica comum: eles rejeitavam Cristo, a base da nossa espiritualidade. Nenhum dos grandes líderes da IIGM se voltaram para Deus. Os Americanos têm e os Comunistas tinham medo de mencionar Cristo para não serem ridicularizados ou censurados pelos judeus. Os nazis eram fortemente anti-cristãos, e entretinham-se com o oculto. Este é o quarto elemento que falta para a restauração do equilíbrio.
Assim, devíamos procurar uma síntese das quatro tendências: o orgânico amor nativo pela natureza, a tradição e as raízes locais, a justiça social comunal para toda a humanidade; e a espiritualidade. Elas apresentariam o novo significado da Cruz, e levariam a humanidade para a sua unidade em espírito, preservando a sua bela variedade.
XV
Muitos estudiosos da Subida dos Judeus encontram uma dificuldade. Os seus instintos darwinistas levaram-nos a presumir as melhores qualidades dos Judeus que os levaram ao sucesso. McDonald chegou à conclusão de que os Judeus possuem uma inteligência superior, resultado da eugenia e cuidada reprodução. Eu senti-me orgulhoso ao ler o seu trabalho, até que olhei em volta para os Judeus reais, meus vizinhos. O seu conceito não resistia ao encontro com a realidade. Se não é uma inteligência superior, então que é?
O erro dos darwinistas está na sua incapacidade de ver o sucesso como uma função da sociedade. Nas comunidades tradicionais gentias, o modelo do sucesso era fornecido pelo poeta, pelo santo, pelo artista, pelo guerreiro heróico ou pelo bom trabalhador ou camponês, pelo homem que fazia a vida melhor para os outros. Para os Gregos de Homero, os bons desportistas, navegantes, poetas, músicos e dançarinos eram os modelos para o sucesso, como podemos aprender da maravilhosa utopia dos Feaces. Este povo idílico, como o folgazão estudante de Oxford de antigamente, desprezava um negociante e preferia um bom velejador.
Segundo os Judeus, há dois conceitos diferentes de sucesso. Um, o sucesso dentro da comunidade judaica, que é conseguido estudando o Talmude. O outro, o sucesso no Grande Mundo de Judeus e Gentios. Este sucesso mede-se pelo inexorável amontoar de dinheiro e poder.
Do ponto de vista judaico, os Judeus sempre tiveram sucesso, pois sempre tiveram os dois tipos de êxito. Mas até recentemente, o sucesso externo judaico não era considerado sucesso pelos gentios. Sempre houve gentios que compartilhavam das suas ideias, mas, fossem eles Richard III ou Harpagon, esses eram considerados monstros mais do que modelos de sucesso. No século XIX, foi conseguida a massa crítica de monstros e deste modo nasceu o mundo mamonita. Participando activamente no discurso (media + universidades), os pensadores e ideólogos judaicos propagandearam a ideia mamonita do sucesso e fizeram-na o primeiro padrão na sociedade ocidental. Os modernos Harpagon e Richard, seja eles Iacocca ou Soros, são geralmente aprovados na nova sociedade formada pelos mestres do discurso mamonita. O mundo ocidental tornou-se judaico, como afirmou Marx, e adoptou a ideia judaica do sucesso. Em palavras simples, os Judeus não se ‘tornaram bem sucedidos’, antes, o seu comportamento normal tornou-se uma norma de sucesso.
Se o discurso dos Estados Unidos tivesse sido transferido para mãos africanas, é possível que os bons desportistas e os bons músicos fossem hoje os bem sucedidos, enquanto os advogados e os banqueiros seriam considerados falhados. Para o futuro da humanidade teria sido melhor do que a actual adoração do dinheiro e do poder.
XVI
Mesmo o sucesso material dos Judeus não foi conseguido por milagre. Uma explicação tentativa foi oferecida por dois directores e produtores israelitas, Menachem Golan e Yoran Globus. Gente de magros talentos, cujas realizações cinematográficas ficam estritamente na classe B, eles fizeram fortuna em Hollywood e produziram muitos filmes de baixa categoria até que sofreram um contratempo. A sua chave do sucesso estava na exibição dos filmes em cadeia de cinemas. Golan e Globus compraram cinemas por toda a Inglaterra e Reino Unido, e neles exibiam os filmes da sua escolha, que eram invariavelmente (ou quase) péssimos, pois eles não tinham gosto, nem talento nem habilidade. Diziam eles: Se tu tens uma cadeia de cinemas, não tens de te preocupar com a qualidade dos filmes. A globalização e a criação de cadeias é a maneira de se evitar a competição pelo mérito. Em vez de se abrir um café melhor, é mais fácil comprar todos os cafés e transformá-los num Starbuck. As pessoas terão de vir ao teu café.
A segunda razão do sucesso judaico é a nossa mútua compatibilidade psicológica. Os adversários habitualmente descrevem-na como a ‘maçonaria’ judaica, quase uma conspiração. Mas é bem natural para os judeus gostarem de semelhantes coisas, como os Ingleses gostam de bacon e ovos. Contudo, isso cria um problema para o desenvolvimento humano. Em Praga dos anos 20, havia dois igualmente bons mas muito diferentes escritores, um alienado e abstracto judeu, Frantz Kafka e um terreno comunista checo Jaroslav Hasek. Ambos são bons, ambos são necessários ao desenvolvimento da humanidade, mas o génio de Kafka é mais apreciado pelos judeus. Como há muitos mais professores de literatura e editores de jornais judeus do que checos, é natural que Kafka seja universalmente conhecido e reconhecido, enquanto o nome de Hasek fique na Boémia. Mais escritores imitam Kafka do que aqueles que simplesmente considerem Hasek. Como resultado, a humanidade, não apenas a América, se torna cada vez mais ‘judaica’. Como os escritores sabem, eles têm de escrever dum modo mais ao gosto dos editores e professores judaicos. De outro modo só podem esperar um sucesso paroquial. Assim, sem qualquer conspiração, as normais tendências humanas judaicas influenciam o espírito da humanidade, eliminando a sua bela variedade.
Ora, estes problemas podem ser resolvidos. Embora alguma soma de iniciativa privada seja boa, as cadeias de TV ou media deviam ser banidas. Pode-se ser dono duma livraria ou dum cinema ou dum café. Mas uma tentativa de comprar e estabelecer controlo sobre um segundo devia ser objecto de um processo criminal.
Um inuit (esquimó) foi apanhado por uma locomotiva a vapor quando visitava o continente, conta uma anedota do norte. Sobreviveu ao acidente, mas desde então destrói toda a cafeteira que encontra. Diz ele que as cafeteiras devem ser abatidas quando ainda pequenas. Depois de ver a monopolização, devíamos seguir o conselho do sagaz inuit. É melhor para nós ter cem cafés diferentes do que cem Starducks.
O rendimento de uma pessoa devia ser limitado a um duplo salário médio industrial, e se acima dessa soma as taxas deviam exceder os cem por cento. Os privilégios dos directores deviam também ser limitados severamente. Os media e o discurso em geral devia ser libertado. Na área do pensamento humano, a tendência bramânica dos Judeus devia ser tornada visível e confrontada. O brâmane não é um inimigo, mas a sua tendência tradicional de domínio devia ser contrariada por melhor visibilidade e contabilidade.
Devia ser estabelecida uma comunhão de espírito proclamando a nossa unidade. Ela implica rejeição de juros e de discriminação racial. Santo Ambrósio, nos seus comentários sobre Deut. 23:19, escreveu: “Daquele exigir usura que não seria crime matar. Onde há o direito de guerra, há também um direito de usura”. As pessoas que compartilham comunhão com seus irmãos e irmãs em espírito não exigem usura. A escravatura foi introduzida pelos Calvinistas e pelos Judeus na América do Norte, quando era desconhecida nas terras onde a comunhão unia o povo numa só Igreja.
No seu espirituoso Catch-22, Joseph Heller tem um general que pergunta ao seu capelão com ar de desconfiança: “Os homens alistados rezam ao mesmo Deus que nós?” Esta é a ideia do mundo sem uma comunhão compartilhada. Não é sem razão que o Talmude proíbe um judeu de beber vinho com um gentio, pois compartilhar vinho é comunhão. Como o propósito da Lei Judaica era manter uma guerra de baixa intensidade entre judeus e gentios, um judeu era também proibido de fazer um empréstimo sem juros a um gentio. Compartilhando a comunhão, a sociedade vence esta dificuldade.
Com isto, a Elevação dos Judeus se transformará na Elevação do Homem…
A longa saga do povo judeu movimenta-se para um fim desconhecido. Começou com a rejeição da comunalidade, e acaba com a mesma questão outra vez. Se o Sionismo e seu irmão mais velho, a Mamonite, vencessem em todo o mundo, eliminariam a variedade, a piedade e o espírito. Se o espírito da comunalidade vencer, as velhas profecias tornar-se-ão verdade. Diremos: Sejamos de um só sangue, o Povo Palestino, descendentes de Abraão, dos Israelitas, dos Apóstolos, os legítimos moradores da Palestina, e seus parentes e amigos mais chegados, a errante gente judaica, que regressaram como o Filho Pródigo à terra dos seus pais. Os exilados filhos das aldeias palestinas, de Kakun e Suba, regressarão e reconstruirão as suas arruinadas cidades, para nunca mais serem erradicados (Amos 9:15). Na Terra Santa, os dois ramos de um só povo, os Judeus e os Palestinos unir-se-ão, se casarão entre si e criarão uma nova gente – como os Normandos na Ânglia Oriental, na Sicília e na Normandia – para nunca mais perturbarem a paz do mundo.¶